Ricardo Gonçalves de Oliveira, 63 anos, aposentado, Rio de Janeiro
(RJ) – Como está funcionando o controle de fronteira entre Argentina,
Paraguai e Brasil? Há alguma ação especial para a Copa e a Olimpíada?
Presidente Dilma – Ricardo, proteger as fronteiras para aumentar a
segurança dos brasileiros tem sido e continuará sendo uma prioridade
absoluta do governo federal. Por isso temos reforçado significativamente
a presença do poder público na região de fronteira com foco na
repressão do tráfico de drogas, armas e outros ilícitos, com o Plano
Estratégico de Fronteiras. O Plano envolve a atuação integrada dos
órgãos de Segurança pública, Forças Armadas, Meio Ambiente, Receita
Federal e diversos outros órgãos federais, estaduais e municipais, e é
coordenado a partir de um centro de operações conjuntas, em Brasília.
São duas grandes operações. A Operação Sentinela, que realiza uma
fiscalização ostensiva, com caráter permanente em mais de 30 pontos
estratégicos identificados pela nossa inteligência, incluindo fronteiras
secas, estradas, pontes e regiões alagadas. Temos também a Operação
Ágata, realizada de maneira localizada, concentrada, de surpresa e que
possui grande envergadura. Em 2013, foram mobilizados 33,5 mil
integrantes das Forças Armadas, além de 1.100 profissionais, entre
policiais, fiscais e outros agentes públicos. O uso da tecnologia também
tem sido uma marca do plano. Estamos utilizando, por exemplo, scanners
móveis, que fazem o raio X e identificam drogas e armas em veículos
suspeitos sem a necessidade de pará-los; veículos aéreos não tripulados,
que são aqueles aviões que voam sem piloto e nos permitem mapear áreas
de difícil acesso, mesmo à noite. O plano propiciou, em 2013, a
apreensão recorde de 256 toneladas de drogas (sendo 220,7 toneladas de
maconha e 35,7 de cocaína). Além disso, foram apreendidos com os
infratores R$ 80,1 milhões em bens, o que ajudou a enfraquecer as
organizações criminosas que agem na fronteira seca do Brasil.
Com relação aos grandes eventos, nós aprimoramos nossa estrutura
institucional, ampliamos o orçamento para intensificar ações de
enfrentamento ao narcotráfico, tráfico de armas e de pessoas,
contrabando, para reforçar a fiscalização ao tráfego internacional de
pessoas e também para reaparelhar as forças policiais. Além disso, estão
em andamento ações de inteligência em conjunto com outros países,
envolvendo o aprimoramento dos sistemas de informações criminais da
policia brasileira e sua interface com os sistemas da Interpol. Também
promovemos a troca de informações sobre torcedores violentos. Criamos o
Sistema de Comando e Controle para Segurança de Grandes Eventos, que
será um dos legados da Copa. Ele é composto de dois centros integrados
de comando e controle nacionais e outros 12 centros regionais. Seis
desses centros regionais já foram utilizados com sucesso durante a Copa
das Confederações, no ano passado. Os centros integram os comandos das
ações de Segurança Pública, Defesa Nacional, Inteligência, Segurança
Privada, Defesa Civil, Trânsito, Saúde e outras áreas.
Presidente, como está a produção agrícola brasileira neste momento? (*)
Presidente Dilma – A produção de grãos nesta safra será um novo
recorde. Devemos atingir mais de 193 milhões de toneladas, de acordo com
a previsão da Companhia Nacional de Abastecimento – a Conab. A
expectativa é que o Brasil alcance, com esse recorde, a liderança
mundial na produção de soja, mais uma dentre várias marcas que
demonstram a força da campo. A agricultura é muito importante para o
crescimento do País, tanto para o abastecimento interno como para as
exportações, contribuindo para melhorar o saldo da nossa balança
comercial. A safra recorde de 2013/2014 é o resultado do esforço
conjunto dos nossos produtores, do desenvolvimento de novas tecnologias
para o campo e também do apoio dado pelos programas do governo aos
agricultores do país. Colocamos R$ 136 bilhões à disposição dos médios e
dos grandes produtores rurais para a última safra, além de R$ 21
bilhões para a agricultura familiar, em diversos programas e linhas de
crédito. Esses programas envolvem, por exemplo, incentivo à adoção de
práticas sustentáveis de produção, incentivos à modernização da
produção, seguro, apoio para a construção de armazéns. Dos R$ 136
bilhões para o agronegócio, mais de R$ 91 bilhões de crédito já foram
contratados. Houve um aumento de 50% em relação ao mesmo período de
2012. Esse resultado foi alcançado porque, além de aumentar o crédito,
reduzimos os juros e ampliamos os prazos dos financiamentos nas diversas
linhas de financiamento. Assim, nossos produtores puderam investir
mais, comprando novas máquinas, mais equipamentos, modernizando a
produção. Foram vendidas 83 mil máquinas agrícolas no ano passado, um
crescimento de mais de 18% em relação a 2012. Isso é importante para
nossa agricultura, que já é exemplo de produtividade e de
sustentabilidade. Nas últimas duas décadas, nossa produção de grãos
aumentou 221%, enquanto a área plantada cresceu 41%. Isso é crescimento
de produtividade, é o que buscamos para todo o Brasil.
(*) Esta pergunta, que precede a mensagem, foi formulada pela Secretaria de Imprensa para melhor entendimento do conteúdo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário