10 de março de 2014

"A fronteira entre os Estados Unidos e o México é a nossa Lampedusa” - Bispos dos Estados Unidos e México juntos pelos imigrantes


A fronteira entre os Estados Unidos e o México é separado por um grande muro para impedir que imigrantes latino-americanos possam entrar no país vizinho. Nos últimos anos pelos menos 6 mil latino-americanos morreram. 

Seguindo o exemplo da visita do Papa Francisco a Lampedusa, os prelados dos Estados Unidos e do México vão-se encontrar de 30 deste mês a 1 de Abril na zona fronteiriça, mais precisamente em Nogales, Estado do Arizona, para caminhar juntos ao longo desse muro e celebrar a missa em memória dessas vítimas. Num comunicado difundido pelo episcopados dos Estados Unidos afirma-se que nessa zona fronteiriça, assim como nas águas do Mediterrâneo dos dramas de Lampedusa, se transformam ali, simbolicamente, em dunas e pedras esquentadas pelo sol, mas a  tragédia é a mesma.


O objetivo dessa caminhada dos bispos dos dois países é pôr a tônica no sofrimento humano causado por um sistema migratório falimentar, aspecto que é muitas vezes subestimado no debate nacional sobre as migrações – lê-se no comunicado. D. Eusébio Elizondo, bispo auxiliar de Seatle e Presidente da Comissão da Conferência Episcopal dos Estados Unidos para as Migrações, sublinha que a questão põe a todos um problema central: “a dimensão humana da migração”, pois que trata-se de “seres humanos” e não apenas de “questões econômicas e sociais."

O bispo acrescenta ainda que essas pessoas que morrem ou são deportadas quotidianamente têm a mesma dignidade que nos vem de Deus” , e remata: “a fronteira entre os Estados Unidos e o México é a nossa Lampedusa”. Esta caminhada que os bispos vão fazer ao longo do muro é apenas uma das numerosas iniciativas de solidariedade para com os migrantes por parte da comunidade católica. o tentar ultrapassar esse muro. 

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