19 de maio de 2014

Acre emite a imigrantes até 150 carteiras de trabalho por dia

Acre emite até 150 carteiras de trabalho por dia a imigrantes

"Vim para o Brasil para trabalhar", diz senegalês.
Superintendente regional sugere fechamento da fronteira por 60 dias.

Imigrantes buscam atendimento na SRTE
em Rio Branco (Foto: Denis Henrique/G1)
A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Acre (SRTE-AC) em Rio Branco tem emitido diariamente uma média de 150 carteiras de trabalho a imigrantes. Nesta quarta-feira (14), eles lotaram a sede da superintendência em busca do documento.

Uma dessas pessoas foi o senegalês Simbara Dhani, que entrou no Brasil pela fronteira com o Peru. Há um mês no Acre, ele aguarda o recebimento dos documentos para a regularização no país.

Sem formação profissional, Simbara diz que pretende seguir para São Paulo onde tem intenção de trabalhar no campo ou na fabricação de móveis de madeira. "Pretendo sair do Acre e ir para São Paulo. Vim para o Brasil para trabalhar em serralheria, no corte de madeira, mas se tiver outra oferta de emprego eu também quero. Não tem ninguém da minha família aqui, por enquanto só tem eu", disse.

Imigrantes tiram documentos
 no AC (Foto: Denis Henrique/G1)
O superintendente regional do Trabalho no Acre, Manoel Neto, afirma que o estado não tem condições de manter a entrada dos estrangeiros pela fronteira e sugere o seu fechamento por 60 dias. "Estamos sem estrutura física e material para atender a grande quantidade de estrangeiros que veem em busca de regularização junto ao Ministério do Trabalho, em Rio Branco. A questão é humanitária, mas nosso serviço é precário. Minha sugestão é fechar a fronteira por 60 dias para avaliar a situação do país", diz Neto.

De acordo com a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) continuam chegando todos os dias ao Acre uma média de 50 imigrantes.

Desde 2010, mais de 20 mil haitianos, entraram no país pelo Acre, após o terremoto que devastou o Haiti. Desde então o governo acreano vem prestando assistência humanitária aos imigrantes. Em abril, o abrigo mantido pelo governo na cidade de Brasiléia (AC) foi fechado e transferido para Rio Branco.

Com o fechamento da BR-364, devido a cheia histórica do Rio Madeira, em Rondônia, que isolou o Acre do resto do país, os imigrantes ficaram impedidos de deixar o estado. Com isso, os imigrantes saíam do Acre em aviões fretados que chegavam com mantimentos. Depois que a BR foi reaberta, o governo estadual decidiu fretar ônibus para enviar os imigrantes a São Paulo. A decisão causou desentendimento entre os governos do Acre e São Paulo.

Fonte: G1 Acre

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