9 de julho de 2013

Congressista estadunidense critica “militarização da fronteira” em reforma migratória

Filemon Vela comparou a proposta de construção de uma cerca na fronteira ao muro de Berlin

O Deputado Filemon Vela (D-Texas), que também representa um distrito que faz fronteira com o México, pediu demissão de sua posição da coalisão hispânica do Congresso devido ao apoio de seus membros à emenda da proposta migratória que permite o gasto de bilhões de dólares com o aumento da segurança na fronteira, publicou o Houston Chronicle. A decisão de Vela foi divulgada depois que ele juntou-se aos também deputados Pete Gallego e Beto O’Rourke na Câmara para criticar a ênfase do projeto de lei na segurança da fronteira.

“Levantar mais cercas separa comunidades historicamente unidas”, disse Vela. “A cerca atual simboliza divisão e serve como lembrança diária do sistema migratório ultrapassado. Por essa razão, os residentes em ambos os lados da fronteira se opõem ao muro na fronteira”.

O Senado votou 68 a favor contra 32 na aprovação de uma proposta de reforma migratória ampla, redigida por um grupo bipartidário de senadores conhecido como “Gangue dos Oito”.

A primeira versão do projeto de lei permite o gasto de bilhões de dólares com a segurança na fronteira, entretanto, esse detalhe não foi o suficiente para agradar conservadores e ativistas. Cedendo a pressão o Senado adotou uma emenda semana passada que dobra o número de patrulheiros, permite a construção de uma cerca de 700 milhas de comprimento e exige mais vigilância eletrônica. A emenda, batizada de “border surge”, acrescentou US$ 40 bilhões ao custo da proposta, segundo o The New York Times.

Vela comparou a cerca na fronteira ao muro de Berlin, dizendo: “Historicamente, o nosso país tem criticado a construção de barreiras de todo o tipo”.

Os seus correligionários no Texas questionaram a necessidade de aumentar a segurança na fronteira, uma vez que a criminalidade no lado dos EUA é baixa e travessias clandestinas caíram para os índices mais baixos das últimas décadas.

“O lado dos EUA é o lugar mais seguro do país atualmente”, disse o deputado Beto O’Rourke de El Paso, Texas. “Entre qualquer medida nacional, não é nessa que o problema existe”.

Ao invés de aumentar a segurança na fronteira, argumentou o congressista, o que os estados fronteiriços como o Texas precisam é de mais agentes para acelerar a circulação de pessoas e facilitar o comércio.

“Não se engane, a legislação que está no Senado não aquela que redigimos”, disse Gallego. “Muitos empregos no Texas, grande parte da nossa economia de fato, está intensamente ligada ao comércio internacional. Em uma época de orçamentos pequenos, eu devo dizer que ‘estou perplexo com o fato de que o Congresso investiria tanto dinheiro em um projeto tão ineficiente”.

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